Morte interna por tempo determinado.

Em um dos meus livros preferidos sobre budismo e meditação o autor fala, em um dos capítulos, sobre o mal de se evitar as emoções ruins. Esse é o meu capitulo preferido do livro, pois para mim foi crucial para por em prática todos os outros ensinamentos contidos na obra.

Não adianta fujir da ansiedade ou de qualquer outro sentimento ruim, pois sou eles. Não minha consciência, mas meu corpo físico, feito pela natureza. Biologia.

Assim como a felicidade, a tristeza também é natural, mas não tentamos evitar a felicidade como fazemos com a magoa de estar triste. E mesmo que tentemos evitar e ignorar a tristeza será em vão, pois assim como a felicidade ela é efêmera. E mais, uma completa a outra. Sem momentos ruins, os momentos bons não serão bons, serão apenas momentos, não fariam efeito nenhum em nós. Seriam o neutro.

Se analisar de maneira social, o desejo da maioria das pessoas é ‘ser feliz’. Mas imaginar uma vida com ausência de problemas, desafios e momentos ruins não trará felicidade. Trará tédio. Não teríamos emoções.

Uma vida ‘feliz’ na verdade, é uma vida. É a vida que temos hoje, com momentos ruins e bons. Alternando em proporções iguais (no minimo). É o que temos que almejamos sem saber.

Talvez seja preciso viver uma vida inteira apenas sorrindo (até deixar a boca dormente) para perceber que não precisamos correr atras de coisas utópicas.

Depois de chegar a essa conclusão, que seria todo esse texto, deixei-me aproveitar os dias tristes, e esperar a tristeza passar sem forçar nada, me deixei morrer por dentro, naquele dia ruim. Me deixei ir dormir morto com a esperança de que no dia seguinte o sentimento seria o oposto para equilibrar minha vida e meu corpo.

Talvez as pessoas precisem saber disso, que elas podem morrer e acordarem bem no dia seguinte, como pessoas novas, e essa transição da morte para a vida no dia seguinte, será a renovação que precisa ser feita.

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